Receber o diagnóstico de câncer é receber uma declaração de guerra.
A grande dificuldade diante do diagnóstico é que o inimigo, normalmente é desconhecido e por isso nos encontramos despreparadas, desarmadas, incrédulas.
A grande questão é nunca acreditamos que seríamos alvo dessa guerra, apesar de sermos conhecedoras de tantos que foram abatidos precocemente ou tardiamente.
Receber o diagnóstico de câncer é ser bombardeada de emoções e interrogações. A maior das dúvidas é: vou morrer?
E a resposta a todos é sim! Se não for nessa guerra será no futuro, pois ninguém escapa à morte!
Diante da guerra declarada, como reagir?
1°- Dar nome ao inimigo
A palavra câncer é evitada por muitos, como se o fato de pronunciar a palavra fosse capaz de invocar o mal sobre si.
Na verdade trata-se de uma doença não contagiosa e milenar, que tem cura ou tratamento e possui muitos outros nomes: neoplasia, cancro, carcinoma, sarcoma, tumor maligno, etc. Devemos identificar o inimigo pelo nome, sem medo !
2º- Conhecer o inimigo
É importante se informar em fontes seguras e confiáveis para conhecer o câncer, o seu câncer! Não podemos cometer o erro de subestimá-lo, nem superestimá-lo! O exame imunohistoquímico é uma ferramenta capaz de apontar as características peculiares do tumor e sua classificação, para apontar o tratamento mais adequado.
3º- Conhecer o comandante
O combatente nem sempre conhece todas as estratégias de guerra do comandante, mas sempre está obediente e em sujeição a ele. Ter confiança nos médicos para que esses definam os medicamentos e o protocolo é importante no sucesso do tratamento, assim como obedecer suas orientações.
4°- Não lutar sozinha
Saber que não se está sozinha, é confortante! O relacionamento com Deus é uma arma imprescindível para enfrentar as situações dolorosas que se apresentarem. A prática da oração é fortalecimento espiritual, capaz de equilibrar nossas emoções, e nos dar sabedoria e discernimento para as decisões.
5°- Se posicionar na guerra.
A determinação de não sucumbir à ameaça do câncer, é de fundamental importância para o enfrentamento e isso é uma atitude consciente que depende de uma decisão pessoal.
Nada vai adiantar ficar entrincheirada debaixo das cobertas,ou focada em autocomiseração, pois o inimigo avançará impiedoso.
6°- Prepara-se para a guerra.
Devemos organizar a agenda tendo como prioridade a recuperação da nossa saúde.
Buscar orientações com um nutricionista para fortalecer o organismo afim de enfrentar cirurgias ou tratamentos.
Fazer uma sobrancelha definitiva prevendo a queda das mesmas;
providenciar peruca, lenços ou turbantes antes da queda dos cabelos; buscar conhecimento sobre os efeitos colaterais do tratamento e como amenizá-los; obter informações sobre todo o processo e suas possibilidades.
Participar de um grupo de apoio para troca de experiências e fortalecimento emocional.
A atitude pró-ativa é um diferencial na guerra contra o câncer. Sejamos ativas, antecipemo-nos aos acontecimentos, aprendamos a usar as armas!
7º- Armar-se para as batalhas.
Iniciar ou manter uma atividade física regular e dar prioridade a uma alimentação de qualidade são fundamentais no enfrentamento da doença e na amenização dos efeitos colaterais do tratamento.
Não podemos continuar no sedentarismo, na obesidade, na alimentação rica em carboidrato e açúcares, sabendo que isso é combustível para o inimigo.
8°- Repartir as batalhas ganhas ou perdidas.
Cultivar o afeto e relacionamento com as pessoas que são importantes, tais como cônjuge, filhos, pais, avós, amigos..é um bom remédio para alma. O isolamento como forma de poupar o outro de sofrimentos não é a melhor escolha, visto que o fato de lidar com alguém em tratamento é também crescimento pessoal, amadurecimento emocional, é preparo para a vida!
9º- Cultivar a gratidão
Enxergar cada detalhe do tratamento com gratidão a Deus , é um exercício de fé que ameniza nosso sofrimento. As cicatrizes ficarão com certeza, mas serão uma prova das transformações externas e internas que a guerra nos causou.
10°- Encarar a morte
A morte é uma certeza da qual todos tentam se esquivar, sem sucesso. O diagnóstico do câncer é a oportunidade de consideramos a morte como uma possibilidade próxima, isso não é ruim; é avaliação de vida e do relacionamento como Dono da vida!
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